Quase quase a partir, o que será essencial?


Este post é destinado a todas as informações e processos mais importantes antes da partida.

Sim, todos eles levarão qualquer pessoa a pensar "é um sinal para eu ficar", não se deixem alimentar por esse sentimento! Pensem de outra forma: todas as grandes experiências, merecem os maiores cuidados para que tudo corra bem!

Antes de qualquer outra coisa... o essencial? Vontade, disponibilidade e alma para conhecer, aprender e crescer! Sem julgamentos ou juízos de valor! E com um espírito relacional e positivo!


O maior feedback que poderia ter deste blog são as palavras de muitas pessoas que dizem ter ganho mais vontade de arriscar. Claro que sair do nosso país será sempre difícil mas não se deixem acreditar por tudo o que dizem de mal sobre estas experiências! O nosso lar e a nossa família não ficam “para trás”, pelo contrário, estarão mais do que nunca, com vocês! Acreditem...

Relembro mais uma vez, que cada um viverá a sua experiência e que tudo poderá depender do local onde vão trabalhar, das condições que vos oferecem, da vossa disponibilidade e interesses para o fazer, assim como a sorte de encontrar bons profissionais que vos apoiem nestes processos. Apesar de escrever sobretudo sobre experiências como a minha (educadores e professores), os processos poderão ser similares.

Vir trabalhar para Angola, exige claramente que tenham um passaporte e visto atualizado, vacinas em dia, assim como a marcação de uma consulta do viajante. Cada um deles precisa de: TEMPO! Por isso, se o pretendem fazer, comecem a tratar de tudo, pelo menos, com 2/3 meses de antecedência. Neste sentido, evitam taxas de urgência, gastos desnecessários, assim como uma correria contra o tempo que só alimenta o nervosismo e a vontade de ficar por terra. Recordo que estes processos estão ligados, por exemplo para tratar do visto precisam do comprovativo da toma da vacina da febre amarela, entre tantos outros exemplos, o que confirma ainda mais a necessidade de tratar de tudo com tempo, para que nenhum documento prejudique o processo de outro.

Pessoalmente, sou uma pessoa bastante independentemente e que não gosta de cansar as outras pessoas com muitas dúvidas e perguntas. No entanto, se há algo que aprendi com esta experiência, é que se temos dúvidas o melhor será expôr e esclarecer cada uma delas antes de vir, por mais pequenas e simples que sejam.

CONSULTA DO VIAJANTE/VACINAS:

Na cidade do Porto existem vários locais onde poderão marcar a consulta do viajante, poderão por exemplo verificar essa informação no site http://www.arsnorte.min-saude.pt/consulta-do-viajante/no-1-centro-de-vacinacao-internacional-do-porto/, caso sejam da Zona Norte. 
Evitem as consultas do viajante via online, pessoalmente, acredito que para situações de trabalho, a presencial fará mais sentido e será mais significativa no esclarecimento de dúvidas e acompanhamento na medicação e vacinas necessárias. No meu caso pessoal, optei por fazê-lo no Centro de Vacinação do Porto na zona do Marquês. Marquei a consulta no mês de Junho e já só tinham uma vaga para o mês de Agosto. As vacinas que irão tomar dependerá do médico que realizará a consulta, assim como das vossas decisões e histórico de saúde. Sendo a vacina da febre amarela a obrigatória para poderem vir trabalhar para Angola e refletindo que precisam de tomar a mesma, no mínimo, 11 dias antes de virem, e que para além disso no processo de pedido do visto precisam do comprovativo da mesma, deverão marcar esta consulta atempadamente. A vacina da tifóide pareceu-me também importante!

PASSAPORTE/VISTO:

O processo que envolve estes dois documentos depende das condições que a empresa onde vão trabalhar vos disponibiliza. No meu caso, tive profissionais em Portugal a apoiar-me na organização destes documentos. No que diz respeito ao visto, foi tratado no Consulado Geral de Angola na Boavista (Porto) e, entre reunir documentos necessários e realizar o pedido, deverão tratar de tudo isto com tempo (pelo menos 3 semanas antes) para evitarem ter gastos extra em taxas de urgência para que o mesmo esteja pronto até à data da viagem. Deverão também informar-se sobre o tipo de visto que a vossa empresa vos disponibilizará, acreditem, esta informação é muito importante!
Quanto ao passaporte, de todos os documentos foi o mais fácil de tratar, dirigi-me ao Aeroporto, no Porto, fiz o próprio pedido no balcão assim como tratei de todos os dados. Passados 6 dias tinha comigo o passaporte, prontinho! Relembro que tudo depende das alturas do ano e que por isso, em meses como os do Verão onde as pessoas viajam com maior frequência, a taxa de espera normal poderá aumentar para os 15 dias.

CONDIÇÕES DE TRABALHO:

Compreendo que na maior parte dos casos, as pessoas se foquem muito no salário que vão receber. O maior conselho que vos posso dar com esta experiência: Mais do que pensar no salário, pensem nas condições! Claro que, em muitos casos, as pessoas viajam para longe da sua família em trabalho no intuito de melhorar financeiramente a sua vida, assim como as condições da sua família em Portugal. No entanto, este conselho faz também sentido para vocês! No caso de Países como este, se vos oferecerem 4000€ por mês de salário, mas, por outro lado, ficarem ao vosso encargo despesas como habitação, alimentação, transporte, saúde, deverão realmente refletir sobre a vossa decisão.
Neste caso, uma empresa que oferece um salário um pouco mais baixo mas que ao mesmo tempo disponibiliza habitação, água, electricidade, alimentação, seguro de saúde e transporte, acreditem, possibilitará que sejam muito mais felizes e que vivam de uma forma muito mais humana e tranquila esta experiência. Principalmente estando longe do nosso lar, onde as condições básicas e o apoio familiar significa tanto para nós! O mesmo, demonstra também que existe um cuidado por parte da empresa em que se sintam acolhidos e em que não vos faltem as condições necessárias para que trabalhem em segurança e com saúde!

MALAS E MALAS, O QUE LEVAR?

Este é mais um assunto que depende em muito das necessidades de cada um, do tempo que vão estar fora e claro está, das condições que vos oferecem. No meu caso, felizmente, não tive de trazer toalhas, lençóis, entre tantos outros objetos que nos parecem muito simples e que quase nos passam ao lado, mas que fazem falta! Para além disso, vou a Portugal de 3 em 3 meses, o que ajuda muito! Parece que não, poupei muito espaço na mala e muita preocupação!
Não o fiz mas verifiquei no aeroporto que a maior parte das pessoas embalou as malas com filme de plástico, será algo que irei fazer sempre, na medida em que irá proteger mais as malas!
Medicamentos sim, mas não em exagero! Caso vos ofereçam boas condições a nível de higiene e saúde, diria que medicamentos como anti-inflamatório ou analgésico, protetor de estômago, anti-histamínico, serão suficientes, assim como a medicação que tomam no vosso dia-a-dia em Portugal. Deverão para isso ir antes ao vosso médico de família claro!
O repelente, fenistil, pasta dos dentes, gel de banho e shampoo, giletes, detergente da roupa, café, bolachas e cereais dos quais gostem muito, são também essenciais. Os produtos mais básicos e essenciais são por vezes os que têm valores mais caros no mercado!
Poderão também trazer carne congelada, aconselho a que venha devidamente embalada e que siga no porão do avião, onde estarão temperaturas mais frias.
A roupa preparada para os dias mais quentes, no entanto, não esquecer o casaco de malha ou uma camisola mais quente para os dias de cacimbo!
Um telemóvel desbloqueado, de baixo valor, será fundamental caso pretendam ter um número Angolano!
Fotografias e mais fotografias, recordações que vos aquecem o coração nos dias em que a saudade aperta.

Ufa! É verdade, muita informação... mas acreditem que, principalmente se esta aventura se caracterizar por uma experiência que querem viver, não se deixem focar apenas no que acontece até chegarem, desde que assegurem as condições que terão aqui, acreditem, vão-se apaixonar por este país e por esta cidade! Principalmente, pelas pessoas!
Prometo que o próximo post confirmará ainda mais isto que vos transmito. Até lá...


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