Ser educador/professor em Luanda

Esta página começa com o título errado, se pensarmos que ainda não cheguei a Luanda e que tudo o que fiz até agora foi aprender, ao invés de ensinar.

Mas os rótulos não são mais do que nomes para coisas, pessoas, situações, que lhes tentam dar um significado forçado e que muitas vezes estão longe daquilo que realmente, naturalmente, são, representam. Por isso, deixei-o ficar, como forma de demonstrar que somos nós que damos significado a tudo o que quisermos!

Criei este espaço no blog, para partilhar recursos educativos e também para falar sobre esta experiência que é: Ensinar em Luanda.
África, o sítio onde o principezinho aparece pela primeira vez e desaparece, descrevendo-a como a mais bela e triste paisagem do mundo. Relembrando-nos para que não tenhamos pressa:

"Fixem bem esta paisagem para a poderem reconhecer se um dia fizerem uma viagem a África e forem ao deserto. Se passarem por este sítio, suplico-vos: não tenham pressa, fiquem um bocadinho à espera mesmo por baixo da estrela!".

Hoje, dia um, abraço um projeto que apesar de estar a 9 horas de distância, esteve sempre aqui em Portugal, lado a lado comigo. 

Assim que surgiu este desafio, rapidamente comecei a procurar experiências às quais me poderia agarrar. Procurava pessoas de carne e osso, que tivessem igualmente vivido a experiência de ensinar lá fora. E achei curioso não encontrar tantas informações! 

Desde as viagens, às vacinas, ao passaporte, ao visto. Aos medos, aos receios, à força e aos sonhos. E até sobre as malas infindáveis que nos deixam com a sensação de que por mais peças de roupa e objetos que mobilizemos, nunca teremos a bagagem totalmente perfeita. Principalmente se pensarmos que vamos para um local onde aquilo que mais esperam está dentro de nós, ou que até estamos por conhecer! Assim como desmistificar o medo de que fora da nossa zona de conforto será sempre impossível!

Parto no dia um, o número que vem depois do zero. Depois do fim. O número dos inícios, das oportunidades de começar de novo. E irei partilhar o melhor e o pior desta realidade, pois não faz sentido mascararmos medos, sentimentos, muito menos vontades.

Não nos agarremos à ideia de que os sonhos determinam o lugar onde estamos, quando na verdade eles apenas alentam a nossa força e foco para nos tirar desse mesmo lugar! O melhor mesmo é vivermos a viagem de verdade, mais do que a partida e o destino e termos consciência de que para sonhar alto, basta não ter medo de cair, de mudar, de tentar de novo, de começar. É certo que: a experiência de alguém, nunca será a tua. Mas o importante será sobretudo sabermos que tentamos.

Desde há algum tempo que aconteceu algo muito especial na minha vida, ter saudades, mas do futuro! Nunca pensei que fosse possível ter saudades de algo que ainda não aconteceu.
Sei que em muitos momentos imaginei o dia em que entrava no avião prestes a voar para este sonho e que apesar de todos os medos e receios, sabia que o tinha de cumprir!

Não há palavras para agradecer a todos os que me têm apoiado, desde há muito tempo. Sou tão rica por vos ter na minha vida! Incrível como por vezes o amor se abriga debaixo do teto do egoísmo, querendo prender com medo de perder. Mas o vosso está bem protegido, abrigado em abraços, sorrisos, apoio e na presença. Vieram todos vestidos de um amor incrível, superador! Foram os primeiros a dizer-me "Vai", mesmo com o coração apertadinho! Um amor livre e bonito, que orgulho e sorte que tenho!




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